quarta-feira, 24 de outubro de 2018






                              "Soneto simples"

    Frenético e disruptivo
    Esse teu vai e vem de tristeza...
    O amor fica mais frio e assertivo
    E te consome em chamas de incerteza

    Ora amargo ora doce nesse pecado consentido
    Assim vais transpondo o céu para lá das estrelas
    E se acaso me turvarem os olhos, feliz por ver-las
    Deixa que os limpe sem vergonha no teu vestido...

    Não sei se ainda me queres ver
    Talvez seja bom não saber...
    Espero novas do vento

    Na incerteza do teu querer
    É bom saber que te vou ter
    Na volúpia do meu pensamento...

quarta-feira, 3 de outubro de 2018





Te levo para voar sem limites
E te sinto assim,perdida
À deriva, em mim...
Mil quadros mil deleites
Vou-te beijando assim despida
Esses lábios carmim

Te desfruto como se fosses única
Nesse olhar de fêmea impudica
Visualizo a tua boca túrgida e quente
Onde ávido me afogo sofregamente
Me abraças carente, tórrido amplexo
Enquanto te vou acariciando o sexo...

quarta-feira, 25 de julho de 2018






Esventra-me este corpo mutilado,exangue
Atira-me ácido,o teu fel,esfrega-me com mel
Arrasta-me para o teu ninho,chama-me infiel
Mas não faças de mim esse cachorro que lambe
As feridas antigas,os teus traumas e desenganos
Porque antes de seres pensantes fomos
Somos e... quiça sempre seremos?
Humanos.

segunda-feira, 28 de maio de 2018





Condição "sine qua non"
Para manter o "frisson"
Das loucas paixões
É ter noção que um abraço
Sempre gera um espaço
Entre dois corações

Vou dar-te o meu calor
E para além além do amor
A minha constelação
Sangue fervendo na veia
Um copo de "Lua cheia"
E o toque da minha mão

segunda-feira, 21 de maio de 2018




Algo vai mal no reino do bem
Errática e distorcida realidade
Prenhe de poder e de desdém
Eivando a fantasia de maldade

Consomem-se as ideias na fornalha
Da ignomínia, desvario atarantado
De homens prisioneiros do triste fado
De viver teimosamente no fio da navalha

Ofereço-me em sacrifício aos Deuses
Na esperança de poder renascer puro
Sem mitos urbanos e castos pudores
Sem temores e sem medo do escuro...

sexta-feira, 23 de março de 2018




                   A magia de um acordar
                   Os corpos doridos mas firmes
                   Bocas vorazes e tão sublimes
                   Sem limites para saborear

                   A mistura dos cheiros da noite
                   Disseminada nos corpos quentes
                   As marcas dos dedos e dos dentes
                   A sevícia consentida de um açoite...
                   
                   
                    
                   Ficou mais fácil enfrentar o novo dia
                   Desconstruir as ladainhas e a correria 
                   Unir as tão retorcidas pontas do novelo 
                   E voltar ao nosso inexpugnável castelo ... 
                   



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

"Na tua boca..."



Na tua boca
Havia um rio
Uma torrente
Um desvario...

Na tua boca 
Havia um leito
Lascivo e doce
Um desafio...

Na magia do momento
Um frémito,um tormento
Incandescente

Da rara mistura das salivas
Uma explosão perfeita
Transcendente